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Manuela: de bem com o vídeo

Atualizado: 11 de nov. de 2020

Manuela D'Ávila (PCdoB) largou na frente nas pesquisa de opinião, e neste início de propaganda eleitoral é que está em melhor posição dentre os opositores de Marchezan, na corrida eleitoral é, no momento, a adversária a ser batida.


Manuela é a candidata que melhor comunica com o vídeo, é capacitada e preparada para a comunicação, por ser jornalista, pelos mandatos que exerceu, e por ter sido candidata a prefeita por duas vezes e também a vice-presidência da república. Também é a que mais tem a perder, pois a pressão sobre a equipe é grande no sentido de desenvolver uma estratégia de campanha capaz de mantê-la na dianteira até o dia da eleição, e qualquer oscilação nas pesquisas é capaz de gerar instabilidade. Manuela traz consigo também a experiência de ter largado bem nos processos que participou anteriormente e não ter conseguido manter-se, o que também é um ponto de tensão.


Seguindo na nossa observação dos programas eleitorais, Glasnost analisou os três primeiros programas de Manuela e veja o que achamos.


Primeiro Programa

O primeiro programa é de apresentação, que é feito através de um ‘jogo’ que nos faz entender em um primeiro momento que estão falando das características de Manuela quando estão falando de Porto Alegre, e apresenta, através de uma frase, um de seus principais argumentos de campanha: “Se seguirmos os mesmos caminhos, nós chegaremos nos mesmo lugares”.


Manuela foi eleita pela primeira vez em 2004, ano que o PT perdeu a eleição em Porto Alegre, portanto, ela sempre esteve na oposição das administrações de Porto Alegre, primeiro de Fogaça, depois de Fortunati e agora de Marchezan.


O programa também apresenta seu posicionamento: Sempre esteve ao lado das pessoas que mais precisam, e destaca duas palavras que caracterizam os pilares de sua ação caso eleita, a busca por Justiça e Igualdade. É um programa de introdução, bem elaborado tecnicamente, que deixa claro o seu posicionamento, e o campo ideológico que ocupa no processo.


Segundo Programa

Neste programa Manuela D'Ávila faz um link de sua condição de mãe e mulher com a prefeitura perguntando: “Já pensou em uma prefeitura que cuida da cidade e das pessoas com a mesma garra que nós mães cuidamos de nossos filhas e filhos?” Esse é um ponto que faz bastante diferença, pois, sabemos que o olhar de mãe sobre as coisas é diferente, sem fazer juízo se melhor ou não, apenas diferente. Não precisa ser nenhum estudioso do assunto e nem levar em consideração as pesquisas que demonstram, por exemplo, que quase metade dos lares brasileiros são sustentado por mulheres, e que é maior o número de mulheres que criam seus filhos sozinhas do que casais que criam seus filhos juntos.


Estudos a parte, uma simples observação a nossa volta é capaz de demonstrar que o comportamento e as prioridades das mulheres guardam diferenças da dos homens, pois são geralmente elas que tem que se preocupar onde deixar os filhos para poderem trabalhar, e com quem, onde, e a distância, são preocupações cotidianas das mulheres, enquanto grande parte dos homens faz um percurso único até o trabalho, parte considerável das mulheres tem que fazer uma parada no caminho para deixar o filho com alguém, sem falar de terem de fazer todos os preparativos como alimentar, vestir, antes de sair de casa.


Quem geralmente fica acordada enquanto os filhos não chegam em casa?


Quem você vê sentadinha ao lado da cama de uma criança no hospital, ou velando o sono do filho doente em casa?


A condição de mãe diferencia sim o olhar das mulheres sobre o mundo, e sobre suas prioridades, e uma prefeitura com olhar e garra de mãe pode ser uma prefeitura diferente daquela conduzida por homens e seu machismo estrutural. Portanto, ponto para Manuela neste programa!


Terceiro Programa

Manuela aborda neste programa intitulado Igualdade, a questão da pandemia a partir de um olhar sobre algumas diferenças que ficaram claras durante esse período, o direito ao ensino, onde ficou mais claro o abismo entre o estudante da escola pública e o da escola privada, e dos trabalhadores que puderam trabalhar em casa e àqueles que mesmo que quisesse não puderam, e precisam arriscar suas vidas para trabalhar. Fala que “não é de hoje que a nossa cidade convive com o vírus da desigualdade” e que a cidade não é para todos e para todas e que isso precisa mudar.


Dada a mensagem passa a apresentar propostas para "consertar os estragos da pandemia", e ao final aparece colocando a máscara.


Os programas de Manuela apresentam pequenos detalhes como esse da máscara, ou a aparição de Duca Leindecker no primeiro programa, e um toque de descontração, mostrando, após o término, uma imagem de making of.


Os três programas de Manuela demonstram identidade entre si e uma linha de discurso que comunica com o público que quer atingir, é bem elaborado, explora suas habilidades de comunicação, tem posicionamento e planejamento.


Demonstra que, pelo menos neste momento não travará um ‘duelo’ direto com Marchezan, mas sim com o “status quo” representado pela visão administrativa dos últimos governantes do município, deixando claro que Marchezan é só mais um deles, e que o momento é de mudar e que ela se apresenta como essa alternativa. Apresentam uma Manuela dinâmica, com trajetória e vitalidade para ser a mudança que a cidade precisa.


Manuela D’Ávila tem a melhor presença nas redes sociais de todos os candidatos e os programas comunicam com a estratégia que ela vem apresentando sem apresentar uma Manuela diferente do que as pessoas já estão acostumadas, mas chama a atenção a falta da presença de Miguel Rosseto (PT), candidato a vice, nestes primeiros programas, onde a única imagem dele aparece no final do primeiro programa onde colocam uma foto dos dois abraçados. Também não há referência a ele, ao PT e nem ao próprio PCdoB em nenhum dos três vídeos apresentados. Muito provavelmente, amparados em pesquisas, tentam primeiro ganhar a simpatia da população para depois apresentar o que, para alguns, pode ser considerado algo negativo, mas, se isso não for algo bem pensado e bem combinado, pode ser o que chamamos de 'tiro no pé'.


Bons programas! Manuela tem uma equipe que proporcionará um bom embate na disputa majoritária. Vamos seguir aqui acompanhando como será o desempenho a partir de agora, o comportamentos dos adversários, e se a estratégia vai repercutir na população e se reproduzir em resultados concretos nas pesquisas e na opinião pública.


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