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Glasnost

Será que este ano o "Partidão" voltará a ter representante na câmara?

Atualizado: 9 de nov. de 2020

O PCB é o partido mais antigo do país. Porém, para compreender isso é preciso uma pequeno esclarecimento, já que o PCdoB também reivindica a sucessão do partido fundado em 1922.


Quando foi fundado em 1922 o Partido Comunista - Seção Brasileira da Internacional Comunista (PC-SBIC) se chamava Partido Comunista do Brasil, porém a sigla era PCB. Chamado de “Partidão”, em toda a sua história intercalou momentos de legalidade com momentos de impedimento. Em 1960 um congresso do partido adequou o nome a sigla, o PCB passou a ser denominado Partido Comunista Brasileiro, foi então que um grupo dissidente do partido, um tempo depois, aproveitou a antiga nomenclatura para fundar o PCdoB Partido Comunista do Brasil. Por isso, ambos os partidos se declaram sucessores do partido de 1922.


Porém, esse não é a única polêmica envolvendo o PCB. Após o regime militar, o PCB foi refundado no Brasil em 1985, em 1989 lançou Roberto Freire a Presidência da República, porém em 1992, em uma decisão controversa, o TSE reconheceu a extinção do PCB e a criação do Partido Popular Socialista - PPS (Atual Cidadania) como seu sucessor. O grupo dissidente que não concordava com essa mudança, fundou então, o PCB - Partido Comunista Brasileiro novamente. Portanto, hoje, temos três sucessores do PCB criado em 1922.


Em Porto Alegre, o PCB participou da Aliança Democrática (PMDB, PFL, PCB, PCdoB) que disputou as eleições para a prefeitura com Carrion Júnior (PMDB) e José Fogaça (PMDB) em 1985.

O Jornalista Lauro Hagemann, o conhecido repórter Esso, e a histórica "Voz da Legalidade", falecido em 2015, aos 84 anos, foi o primeiro e único vereador eleito pelo PCB em Porto Alegre. Homem de coragem e trajetória honrada é sempre lembrado como um dos grandes políticos gaúchos.

Nas eleições municipais de 1988 participou da Frente Popular com o PT que elegeu Olívio Dutra(PT) e Tarso Genro (PT) à Prefeitura. Para a Câmara de Vereadores lançaram cinco candidatos na coligação e elegeram seu primeiro e único vereador, o Jornalista Lauro Hagemann, o sétimo mais votado da cidade com 5.664 votos.

Em 1992 o partido já havia passado pelo processo de transição para o PPS (Partido Popular Socialista) e Lauro Hagemann foi reeleito pelo PPS, porém, a partir daqui seguiremos a trajetória do PCB que foi refundado em 1993 e obteve registro definitivo em 1996, quando voltou a participar das eleições de Porto Alegre, compondo a Frente Popular junco com PT e PPS, que lançou Raul Pont (PT) e José Fortunati (PT) a prefeitura e um candidato a vereador, Daniel Vieira Sebastiani.


Em 2000 novamente participou da Frente Popular juntamente com PT, PSB e PCdoB, que lançou Tarso Genro (PT) e João Verle (PT) a prefeitura, e para a câmara lançou Alexandre Dias Abreu.


Em 2004 apoio Raul Pont (PT) e Maria do Rosário (PT) juntamente com PT, PCdoB, PL, PSL, PMN, PTN e para vereador lançou novamente Alexandre Dias Abreu.


Em 2008 o PCB participou pela primeira vez de uma chapa majoritária na "Frente de esquerda" lançando Humberto Setembrino Corrêa Carvalho, como candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Vera Justina Guasso (PSTU) e Paulo Ricardo Rumayor Sanches a câmara de vereadores.


Em 2012 nova participação na chapa majoritária quando compôs a “Aliança de Esquerda” com o PSOL, lançando Roberto Robaina (PSOL) à prefeitura tendo Goretti Grossi (PCB) como vice. Nubem Airton Cabral Medeiros foi o candidato a vereador do partido.


Nas últimas eleições, em 2016, o partido apoiou a chapa de Luciana Genro (PSOL) e Pedro Ruas (PSOL) à prefeitura e lançou Mariana Pahim Hyppolito para a câmara.


Este ano o PCB compõe a coligação “Porto Alegre Pede Coragem” juntamente com o PSOL e UP com a candidatura de Fernanda Melchionna (PSOL) e Márcio Chagas (PSOL) a prefeitura, e o partido, que desde de 1996 vem lançando apenas um candidato a vereador, oferece cinco nomes para a escolha dos porto-alegrenses, algo que só havia acontecido em 1988.


Compõem a nominata do "partidão" o servidor da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos Carlos Messalla Lima Da Rosa “Camarada Messalla”, sindicalista, dirigente nacional da Unidade Classista; o também servidor da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Cleber Barcelos Soares, Historiador, diretor do Sindicato dos Trabalhadores de Correios e Telégrafos, e da Escola de Samba Imperatriz Dona Leopoldina, foi candidato a senador em 2018 quando recebeu 23.963 votos; o estudante de história da arte Felipe Amaro Freitas Ferreira, líder estudantil, ativista da causa LGBTI+; Gabrielli Ciasca Veloso, mestra em tecnologias da informação e comunicação pela UFSC, ativista do movimento de mulheres, milita no Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, é uma batalhadora contra o machismo e todo tipo de opressão; e Tirza Gabriela Drumond, estudante de pedagogia da UFRGS, que após a mãe ficar desempregada e perder o estágio por causa da pandemia, foi trabalhar como ciclista entregadora de aplicativo e tornou-se líder das reivindicações da categoria.


O PCB, assim como a UP, PSTU, PCO e outras organizações partidárias da mesma vertente, vivem um momento de grande enfrentamento com o avanço do conservadorismo na política, porém, ainda resistem, movidos basicamente pelo espírito revolucionário característico, sobretudo nos jovens. Com apenas cinco candidatos e com quase nenhum recurso financeiro, enfrentam essas eleições com a coragem, e esperam que possam, quem sabe, repetir 1988 quando elegeram seu único vereador.

Lista dos candidatos do PCB com os respectivos números conforme registro no TRE

CAMARADA MESSALLA - CARLOS MESSALLA LIMA DA ROSA - 21021

CLEBER SOARES - CLEBER BARCELOS SOARES - 21111

FELIPE AMARO - FELIPE AMARO FREITAS FERREIRA - 21212

GABRIELLI VELOSO - GABRIELLI CIASCA VELOSO - 21321

TIRZA DRUMOND - TIRZA GABRIELA DRUMOND FERREIRA - 21000

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